Direto da Telinha: O que há de errado com o "Jornal da Record"?

Posted by Ruan Carlos | segunda-feira, 14 de dezembro de 2009 | Category: |

Por João Gabriel Batista
joaogabriel@natelinha.com.br


Totalmente reformulado no começo de 2006, após a inesperada e repercutida demissão de Bóris Casoy, o "Jornal da Record" vem atravessando sua pior fase no quesito audiência. Desde julho sob o comando de Ana Paula Padrão e Celso Freitas, o noticiário não se recuperou - e pelo contrário, segue quebrando recordes negativos.

Acompanho o "Jornal da Record" quase que diariamente e não consigo ver uma razão para a drástica queda de audiência. O jornal continua ágil, dinâmico e interessante. As reportagens especiais, que partem desde assuntos corriqueiros, de comportamento, até polêmicos casos como guerras e tráfico de drogas continuam chamando atenção e vem ganhando qualidade a cada semana que passa. O foco popular, que caracteriza os jornais da Record e que até certo ponto é uma virtude, também se manteve.

 



Foto: Eduardo Moraes/Record


O problema do "Jornal da Record" é simples de ser identificado. Mas se os executivos da emissora de Edir Macedo quiserem saná-lo, não terão que ir à newsroom onde o jornal é produzido e sim no departamento artístico, de produção e de dramaturgia - esse último localizado no Rio de Janeiro. Digo isso porque o principal jornal da Record atravessa por um momento único após sua reformulação. Pela primeira vez não há uma novela forte nem antes nem após. Também não existe nenhum programa de grande audiência nos dois extremos - ou ao menos em um deles. Até mesmo o velho Pica Pau, que rendia picos de 19 pontos, entregando em alta para o "Jornal da Record" já não rende mais o esperado. O "SP Record", de Reinaldo Gottino, hoje de "férias" (?) também não chega mais aos 11, 12 pontos de média e também não ajuda tanto assim. Novela? No que dependesse de "Bela, a Feia", que tem inúmeras qualidades, Celso Freitas e Ana Paula Padrão continuariam a ver navios.


Novela antecedendo já virou lenda, de tanto anunciarem que teriam três horários de novelas o quanto antes, a Record aparentemente desistiu e não mostra nenhum sinal de que pretende voltar atrás. Tanto que diferente do ano passado, na chamada deste ano nem ousaram a divulgar a "novidade".

O leitor pode procurar na internet para ver se o que eu falo tem ou não cabimento. Quem pesquisar vai ver que quando "Prova de Amor" e "Bicho do Mato" antecediam o "Jornal da Record", raramente as médias chegavam a 10 pontos. Eram de 11 ou 12 para cima. Quando o Pica Pau estava no seu apogeu, o jornal raramente chegava a esse patamar. O mesmo digo do "SP Record".

Claro que é necessário constatar que a concorrência ficou mais forte. A Globo, que tem uma grande dificuldade para emplacar alguma novela às 19h, finalmente conseguiu e não dá mais brecha para o telespectador mudar de canal. O SBT também cresceu, investindo em uma faixa de shows repleta de atrações inéditas e que está cada dia mais sólida. Só que isso não tira a culpa da Record, pelo contrário, aumenta. Afinal se a emissora está a caminho da liderança, precisa olhar com lupa os movimentos de suas concorrentes e se preparar para vencê-los ou ao menos amenizar qualquer possível baque. Ou a emissora realmente achava que a Globo, com todo seu knowhow, estrutura, autores e atores, nunca mais emplacaria uma novela às 19h que fosse alavancar o "Jornal Nacional" e impedir migração para a concorrência? Ou será que também pensavam que o SBT passaria a vida toda exibindo o elitizado "SBT Brasil" ou as desgastadas novelas mexicanas? Quando se monta uma estratégia, um plano, uma meta, no mundo da televisão, o certo é pensar no melhor que a concorrência pode oferecer ao telespectador para mantê-lo por lá e não no pior.

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