Luciana Gimenez Cover, destaque do Carnaval da Rede TV!, na Fashion Week (Foto: Thaís Bianchi/Rede TV!)
Bastidores do Carnaval, já tradicional programa momesco da Rede TV!, estreou no início dos anos 2000 como uma atração que mostrava a periferia dos desfiles, aquilo que a Globo rejeitava, o off-sambódromo. Evoluiu para um programa de humor tosco. Nada mais apropriado. É Carnaval.
A grande novidade do Bastidores do Carnaval neste ano é um personagem que se apresenta como Luciana Gimenez Cover, ou Luciana do Paraguai, como batizou o âncora Nelson Rubens. Luciana é homem. Faz questão de exagerar nos clichês da Luciana original, como sua pseudo-burrice. E, até mais do que Gimenez, Cover não tem vergonha de pagar mico.
Na primeira noite de Carnaval paulistano, Lulu Cover protagonizou uma “entrevista” absurdamente nonsense com uma ex-bbb, no caso também ex-miss, Joseane. O contrato com a Globo impede que Joseane dê entrevistas para outras TVs. Abordada por Luciana Cover, ela disse disse que não podia falar. E não abriu mais a boca. Mas Luciana Cover insistia. E uma constrangida Joseane respondia com sinais de positivo ou balançando a cabeça. Se fosse um programa sério, Bastidores do Carnaval jogava esse material no lixo. Mas, como se trata de puro esculacho, isso é filé mignon.
Mas não é só Luciana Cover (para quem 365 ml de silicone mais 365 ml de silicone somam 400 ml de silicone) que brilha nesse Pânico do Ziriguidum editado às pressas. Uma repórter chega para uma destaque e conta para ela que “chama a atenção o quanto está cavado o seu biquíni”. E a foliã responde, em um tom levemente agressivo: “Está cavado, mas [o sexo] está tapado!” Só faltou entrar na tela um cavalo dando coice, como no Pânico, ou uma luva de boxe acertando o rosto da repórter, à la CQC.
Levar e dar “fora” é rotina para os repórteres do Bastidores do Carnaval. A todas as mulheres, seja a mais anônima da comunidade ou a mais anônima celebridade, eles pedem para mostrarem o “samba no pé”, enquanto o cinegrafista busca outros alvos: o bumbum seminu ou alguma brecha do tapa-sexo da foliã. E não é que tem umas despeitadas que esnobam a emissora? Adriana Bombom, por exemplo. “Amanhã vocês pegam uns takes meus lá na avenida”, disparou.
Os repórteres levam tanto “foras” que alguns perdem o rumo: “O que aconteceu, gente? Aconteceu alguma confusão aqui na Mancha Verde… O que aconteceu, gente?”. É tudo o que consegue “informar” uma repórter, perdidaça na concentração.
As reportagens do Bastidores do Carnaval são tão previsíveis que algumas arrozes de festa já conhecem todo o roteiro. Núbia Óliver, que todo ano aparece nos primeiros minutos do programa, é uma delas. O repórter lhe pede “aquela sambadinha, aquele remelexo”. E Núbia: “Não vai perguntar se está tudo pronto [para entrar na avenida]?”.
Carnaval na Rede TV! é exagero (uma simples levantada de camiseta vira striptease), mas também é “cultura”. Só lá você fica sabendo que Sabrina Boing Boing dorme de bruços e que usa o silicone de seus enorme seios como travesseiros.
Fonte: R7
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